Um inusitado caso denunciado como sequestro relâmpago registrado nesta quinta-feira (12) na Rua Curuzu, região central da Cidade, não passou de uma invenção da vítima para justificar o gasto de R$ 300,00 com o consumo de drogas. A farsa foi esclarecida pela equipe do delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Celso Olindo (foto).
No Boletim de Ocorrência (BO) confeccionado no Plantão Permanente no início da manhã desta sexta-fera (13) pelo delegado Marcelino Ferreira, está descrito que Leonardo Henrique de Almeida, de 23 anos, que reside em Bofete, veio para Botucatu na quinta-feira (12) para pagar um carnê de uma grande loja de rede, ficando com R$ 300,00 na carteira.
Disse que quando foi apanhar sua motocicleta Honda CG, de cor cinza, placas DTO-9730, para retornar a Bofete foi surpreendido por um elemento desconhecido que sentou-se no banco de passageiro e armado com um revólver teria anunciado o assalto. O desconhecido o obrigou a cruzar a Cidade e entrar na SP-300 Rodovia Marechal Rondon. Nas proximidades de Bauru o marginal fez com que descesse da moto, assumiu a direção do veículo e fugiu em alta velocidade, deixando-o ? beira da estrada.
Ainda no seu relato em BO, Leonardo disse que ficar em poder do assaltante com uma arma nas costas o deixou tão traumatizado que acabou retornando ? pé para Botucatu, caminhando por várias horas e só então denunciou o crime ? polícia. Ainda pela manhã ao ser ouvido na DIG, ele acabou confessando a farsa.
A história que ele contou não convenceu ninguém. Entre Botucatu e Bauru existem três praças de pedágio e duas bases da Polícia Militar Rodoviária. Isso sem falar no tempo que ele levou para caminhar cerca de 100 quilômetros, colocou Celso Olindo.
O delegado salientou que quando percebeu que não iria adiantar permanecer sustentando a farsa, ele acabou revelando a verdade. Disse que havia passado a noite em Botucatu consumindo droga (crack) e gastou os R$ 300,00. Então, inventou essa história de assalto para dar uma justificativa para sua mulher, explicou Olindo. Agora irá responder por crime de falsa comunicação de crimes, adiciona.
{n}Mais um sequestro {/n}
No início dessa semana outro caso de falso sequestro foi esclarecido quando o metalúrgico João Moreira da Silva, acabou sendo encontrado no porta-malas do seu carro que estava com marcas de batida, pelos agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) André e Ribeiro, que em trabalho de patrulhamento pela Rodovia João Bruder Greguer (que liga Botucatu a Pardinho) ouviram gritos.
Em sua versão Silva alegou que no domingo (8) pela manhã ao sair da missa acabou surpreendido por um casal que o rendeu e anunciou o assalto. Teria ficado nas mãos do casal dentro do carro todo o domingo e ? noite foi amarrado e colocado no porta-malas até ser encontrado na manhã de segunda-feira (9) pelos guardas. Porém, ao prestar depoimento na DIG acabou revelando o que havia acontecido, de verdade.
No início a história nos pareceu viável, mas analisado o caso com mais profundidade para conhecer detalhes do sequestro, percebemos que se tratava de uma farsa. Ele havia permanecido na região do Jardim Santa Elisa consumindo drogas, bateu o carro, gastou o dinheiro que tinha e inventou o crime de seqüestro para justificar o dinheiro que havia gasto, disse Celso Olindo. Não são raros os casos em que a pessoa sai de casa com dinheiro para um determinado fim, mas acaba gastando com droga e tenta encontrar justificativas, arrematou o delegado.
Foto: Valéria Cuter
Compartilhe esta notícia